quinta-feira, 28 de abril de 2016

O Pintor extravagante


Salvador Domingo Felipe Jacinto Dalí i Doménech


Viveu entre 11-V-1904 a 23-I-1989 
Corrente artística: Surrealismo 
Experiência: Pintor I Escultor I Ilustrador 
Formação: Escola de Belas-Artes, Madrid 
Percorre os vários lugares: Nasce em Figueras I Paris I Portlligat I Cadaqués I Molí de la Torre I Estados Unidos
O que pinta:sonhos e obsessões pessoais I metáfora da mortalidade I imagens ambíguas I paisagens de Ampurdan 
Influência de outros pintores: Vermeer I Miguel Ângelo I Velázquez I Ramón Pitxot 
Características: No início da sua carreira pinta quadros impressionistas (figuras da sua família -avó, irmã e paisagens costeiras de Cadaqués) I O universo dalíniano representa por imagens do quotidiano de uma forma inesperada e surpreendente. As cores vivas, a luminosidade e o brilho são ícones que marcam estilo artístico de Dalí


Passeámos pelo impressionismo da Belle époque, fauvismo de Les fauves, hoje chegamos ao surrealismo de Dalí. Salvador Dalí integra-se bem na esfera do individualismo. Só mesmo grandes momentos de introspeção resultariam nos magníficos quadros que fez. Apetece "despejar" todas as pinturas feitas por Dalí. Mas como o objetivo que nos faz gerar este canto de movimentos artísticos são os quadros e pintores mais marcantes da história. Fica neste espaço alguns dos quadros que transmitem a identidade deste pintor contemporâneo.

Salvador Dalí
Breve caracterização: Para perceber a nota tónica que Dalí nos quer dar através das suas telas é importante relembrar que o surrealismo é uma visão do mundo por impulso, do inconsciente fortemente inspirado na psicanálise de Freud. A matéria-prima do surrealismo são os: sonhos e desejos.
Dalí encaixa-se perfeitamente neste grupo criado nos anos 20 por André Breton. A superfície dos seus quadros transmitem o mundo dos seus sonhos. Este pintor introduz no seu reportório artístico o método paranóico-crítico que define como um método espontâneo de conhecimento irracional baseado na associação crítica interpretativa de fenómenos delirantes.
Com o recurso à pintura Dalí mostra as suas próprias obsessões e desejos. A obra dalíniana foi única que conseguiu impressionar Freud.
Em Dalí o modo de interpretação é variado e é aqui que se encontra a originalidade deste artista. Nas suas pinturas é difícil definir a linha que separa a sua vida da sua obra. Influi a ideia da morte constantemente, isto explica-se pela morte do irmão prematura. Palco de grande atenções por parte dos pais faz de si, uma pessoa centrada para seu mundo interior. Com 10 anos os pincéis eram como oxigénio que respirava. Dalí interessa-se, ainda, por literatura. Escreve o guião do filme de Buquel - Um cão Andaluz. Como ilustrador fez fantásticos desenhos para os clássicos da literatura mundial como Dom Quixote e Alice no País das Maravilhas.
Pintor controverso e holofote das revistas dos Estados Unidos, acrescenta ao seu percurso a cenografia teatral e cinematográfica e desenho de jóias. 
No fim do seu legado despede-se do surrealismo e une-se a sua tradição pitórica - procedimentos paranóico-críticos. Aproxima-se de temas religiosos. Depois da 2ª Guerra Mundial os seus interesses convergem para a física e para a química.

Abram alas que o surrealismo vai desfilar!!!!



O surrealismo é destrutivo,
 mas ele destrói somente o que acha que limita nossa visão


Obra
(da esquerda para direita, 1ª Fila)
Retrato de Gala ou Angelus de Gala, 1935.The Museum of Modern Art, Nova Iorque. A imigrante russa chamada Elena Ivanovna Diakonova com quem Salvador Dalí casara.
Rapariga de pé à varanda, 1925. Retrato de sua irmã Ana Maria, um dos quadros que causou grande sensação na exposição de 1925, visitada por Picasso. A imagem exacta e o tom frio, traduzem o espírito daquilo a que Dalí chamava "Santa Objetividade desenvolvida em alguns escritos da época. 
Primeiro estudo para a Madona de Portlligat, 1949. Os temas religiosos irrompem na obra de Dalí nos anos 40 e 50. Sobre eles projeta o pintor o seu arsenal já conhecido, sem renunciar à referência aos grandes pintores do passado, neste caso à Nossa Senhora da Pinacoteca de Brera, de Pierro della Francesca.


(da esquerda para direita, 2ª Fila)
O móvel antropomórfico, 1936. Inspira-se nas personagens -móvel dos Capricci, do pintor barroco italiano Bracelli.

O palácio do vento (pormenor). Pormenores de uma das telas com que Dalí decora o tecto do andar nobre do seu Teatro - Museu de Figueras. A técnica empregue é a mesma das grandes apoteoses decorativas do barroco da 2ª metade do século XVII, explorando ao máximo as possibilidades da representação ilusionista.

A persistência da memória,1931. Os relógios moles - designação muitas vezes atribuída a este quadro - transformaram-se de imediato num dos ícones mais fortes e característicos da sua obra.Na tela encontram-se representados três relógios que marcam diferentes horas tendo como fundo a paisagem de Porto Lligat, localizado no norte de Espanha, (memória de infância de Dali). Segundo o próprio autor, a solução formal dos relógios derivam de um queijo camembert que Dalí se encontrava a observar enquanto pintava. Dalí via os relógios como instrumentos normalizados e exatos que traduziam de forma objetiva a passagem do tempo. O facto de os dotar de formas orgânicas remete-os para o universo de prazer, recordando a dimensão fugidía do tempo e o sentido de ambiguidade que a evolução temporal introduz pelo cruzamento da perceção da realidade com a casualidade e inexplicabilidade da memória. Esta pintura traduz o interesse do pintor pelas conquistas da ciência moderna, cruzando teorias mais abstratas de física, nomeadamente a relatividade de Einstein, que colocou em causa a ideia de espaço e tempo fixos, com as pesquisas de Freud relativamente ao inconsciente e à importância dos fenómenos dos sonhos.


(da esquerda para direita, 1ª Fila)
Retrato do Pai do artista, 1925. As belas formas são os planos verticais arredondados. As belas formas são aquelas que têm a firmeza e a plenitude, onde os pormenores não comprometem o aspecto das grandes superfícies. Esta frase de Ingres foi eleita por Dalí para figurar junto desta obra, na sua apresentação na Galeria Dalíau de Barcelona, em 1925.
Auto-Retrato mole com fatia de bacon assado, 1941. O pedestal transforma o rosto num busto delirante. A fatia de bacon remete à cultura gastronómica americana, onde a obra de Dalí conhece um grande êxito nesses anos.

(da esquerda para direita, 2ª Fila)
As três esfinges de Bikini, 1947. As explosões atómicas experimentais de Bikini, assim como as bombas de Hiroshima e Nagasaki, inspiram Dalí neste quadro.As duas cabeças humanas e a árvore transformam-se em imagens duplas e alucinatórias do cogumelo de uma explosão nuclear.
Crucificação (Corpus hypercubus), 1954. Uma mistura de influências de Zurbarán e o Tratado da Figura Cúbica, texto de geometria cabalística escrito no século XVI por Juan de Herrera, o arquiteto de O Escorial.





Voltem sempre!!!





texto- from - Grandes Pintores do Século XX
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