terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Padre Gonçalo Portocarrero


Precisamente há um ano o Padre Gonçalo Portocarrero escrevia um dos seus maravilhosos artigos, dado a época falava sobre o Natal mas, ao seu característico estilo, o tema insidia na solidão humana dos sacerdotes durante os festejos, não fosse Gonçalo um desses sacerdotes de Cristo:

(Que o celibato não é sinonimo de solidão eu já sabia, tenho muitos amigos, homens e mulheres celibatários que são mais preenchidos, mais felizes e mais apaixonados que muitos outros...)
 "Em tempos passados, era comum que uma irmã, ou familiar próxima do sacerdote, o acompanhasse com uma disponibilidade total. Hoje em dia, a grande maioria dos clérigos seculares carece de uma presença familiar que o possa amparar: uma dolorosa ausência que até é perceptível quando, pelo seu aspecto, indiciam algum desleixo pessoal. Nota-se que lhes falta um ambiente familiar que seja, sem lhes criar uma dependências excessiva, um espaço de amizade e descontracção; que não têm quem, com a devida descrição, os possa corrigir e ajudar; quem se interesse, sem intromissões abusivas, pela sua saúde e alimentação; quem zele, com solícita atenção, pela sua apresentação; quem lhes facilite, uma vez por outra, alguma diversão adequada à condição sacerdotal; quem dê um toque de alegria e de graça às suas casas, etc. Nota-se que lhes falta, em poucas palavras, uma família cristã!"
Assim tão pertinentemente, o Padre Gonçalo exortava:
A vida dá muitas voltas, ironicamente passado um ano quem precisa de ser adotado é o próprio Padre Gonçalo.
Um ano depois deste texto ser escrito recebo a notícia que o Padre Gonçalo Portocarrero está no Hospital, o que lhe aconteceu é grave, provavelmente deve ter dores, mas pelo que eu conheço não se deve queixar tanto quanto sente, sei que não estará sozinho, mas estar no hospital durante os festejos do Natal é mais duro que o tempo comum.
Por isso, neste Natal, vou seguir o seu conselho e, nas devidas distancias terrestres, aéreas e marítimas e espirituais, sou eu que lhe vou adotar, uma adoção com as minhas orações. 
Na esperança que o Observador volte a ter as suas crónicas (aqui) e de muitos confessionários ficarem cheios....

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