segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Mas não era uma festa qualquer

 
Recebi um convite, mas não era uma festa qualquer.
Já há uns 20 (e tal) anos que não recebia um convite para este tipo de festas. O convite já anunciava o tema - O Lobo mau e os três Porquinhos - afinal de contas o Zé Diogo fazia 3 anos.
A Soraia é a minha única amiga do colégio que casou e teve filhos - sim a minha única amiga -  nós somos a triste geração sem filhos, por isso esta festa era importante para mim, porque não era uma festa qualquer.
E de repente veio a duvida (*) qual o outfit que devo levar para a festa infantil sendo eu adulta? - as Monozigo Sisters ainda não aconselharam a combinação para uma espécie de tia que vai à festa dos 3 anos de uma espécie de sobrinho (Teresa e Ana fico à espera!).
Mas não era uma festa qualquer. Gosto mesmo deste miúdo, não porque ele é único na minha geração, mas porque tem imensa pinta... O Zé Diogo com apenas 2-quase-3-anos já discutia comigo o facto do lobo mau não ter chapéu, se há coisa que está presente na minha vida são as discussões, passeia a adolescência toda a discutir, na universidade, onde apanhei um referendo à vida, tive diferentes graus de discussões, com o ponto alto de discutir uma tese, entretanto arranjei um trabalho que me faz ouvir discussões a toda a hora... entre as consequências das lowcost, a liberalização do espaço aéreo etc...e eu dei por mim a ter mais gosto de discutir o facto do lobo mau não ter chapéu, não só porque o Zé Diogo tem argumentos mais fortes que alguns protecionistas, mas porque me faz tão bem esta simplicidade dos miúdos inventarem problemas, os miúdos fazem-nos bem... - eis a minha duvida - porque eu percebo quem tem medo do lobo-mau, só não percebo quem tem medo de ter filhos, uma casa cheia de miúdos....
Mas não era uma festa qualquer. Tinha saudades das gomas, dos dedos sujos do chocolate derretido, dos sumos da sunquick, das brincadeiras, das correrias e das quedas, das birras e da alegria de uma festa de crianças, na verdade talvez o que tenho é saudades de ser criança, e de repente lembrei-me (novamente) que tive uma mãe incrível e nos últimos 20-e-muitos-anos ela nunca, mas nunca, mesmo nunca falhou nos 20's de Fevereiro, estava sempre tudo impecável, todos os pormenores, todo o carinho, tudo feito com muito amor e com muita abundância, como deve ser o amor. Foi ai que percebi que talvez não tenha dado o valor suficiente, talvez não tenha agradecido o suficiente?... Não pode-se voltar com o tempo atrás, mas pode-se voltar com o coração atrás....
Naquele dia, quando me encontrei com a minha mãe, dei-lhe um beijinho, um beijinho habitual, mas para mim não era um beijinho qualquer... porque nenhuma festa foi uma festa qualquer.
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(*) PS:A segunda dúvida foi o que oferecer a um puto de 3 anos??? Depois de muito pensar, fui à loja de animais e montei um aquário, talvez irrite os pais mas um animal deixa sempre um sorriso numa criança... E eu ainda ponderei o periquito!
 

 

4 comentários:

Francisco Vilaça Lopes disse...

Aos 3 anos os miúdos estão loucos por explorarem o ambiente. A Decathlon tem coisas muito engraçadas. Já tenho oferecido isto: https://www.decathlon.pt/prancha-crianca-azul-zebra-id_8335524.html
Também é bom estimular a leitura (livros apropriados à idade) e a criatividade (tintas para pintar com os dedos, ou plasticinas, não tóxicas).
A algumas famílias também ofereceria um conjunto de higiene oral infantil (escova, fita, elixir).
Parabéns pelo blog pouco habitual!

Mariana Duarte Silva disse...

Muito bom Dita!! :) dei por mim com saudades de ir a "toys r us" e a essas lojas dos miúdos!

Mariana Duarte Silva disse...

Muito bom Dita!! :) dei por mim com saudades de ir a "toys r us" e a essas lojas dos miúdos!

Dita disse...

Obrigada Francisco!
Mariana agora estamos na fase de ter muitos "sobrinhos" qq dia vamos a Toys-r-us encher um carrinho para dar às amigas!