domingo, 3 de maio de 2015

E porque hoje é dia da mãe

Não há melhor definição de generosidade do que ser a sétima (em dez...).
Não há melhor lição de coragem do que ver que a cima de mim há seis e abaixo há mais três.

A imagem dela manteve-se intacta ao longo dos anos: o cabelo loiro fininho e os olhos de um azul quase impossível. Enrolava pequenas madeixas entre os dedos e por isso tinha sempre um rolinho de cabelo perdido. 
Acho que desde pequenina consigo distinguir o tilintar das suas pulseiras no meio de um concerto de rock. 
O tilintar dos dez corações cada um com a letra de um filho.
Tomávamos o pequeno almoço quase sempre juntas. Conhecia o meu mau humor e por isso não me dirigia muitas palavras. Punha-me o cabelo atrás da orelha e dava-me um beijinho antes de ir buscar um café. Quando voltava perguntava-me a que horas tinha aulas. 
Contrariei-a inúmeras vezes para no fim lhe dar razão. Contestei tantas coisas para no fim me querer parecer cada vez mais com ela. 
Sempre quis estudar na faculdade dela, pena que não tivesse farmácia. Mas estive lá perto quando me mudei para a cidade universitária.
E hoje, no dia da mãe, estamos a mil quilómetros de distância. E eu tenho o coração mais pequenino de tão apertadinho que está. 

Mas em três dias ela lá já cá. (e eu estou há duas semanas a fazer esta contagem)


Feliz dia da mãe!

1 comentário:

Unknown disse...

tão bonito... tens de mandar este texto à tua mãe... vai adorar!