quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Quando bater em mulheres é giro

 
Se há coisa que eu não tenho pachorra (desculpem o termo, mas o tema exige) é para a má literatura. (pergunto-me como é que alguém pode perder o seu pouco tempo a ler um mau livro?). Mas o que me tira do sério é quando a má literatura é uma aliada do mau cinema!
Perante os grandes, perante os clássicos, perante os incríveis romances, não tenho paciência nenhuma para aqueles livros comerciais, os livros da moda em que as páginas cheias de letras significam frases cheias de nada.
No entanto, é pior quando esses livros comerciais refletem uma sociedade brega, ordinária e baixa.
Assim acontece com "As 50 sombras de Grey", e mais do que má literatura é nefasto, encobre a pornografia com tom chique de um perfume de marca (mas todas nós sabemos que o cheiro a excremento é mais forte que qualquer perfume) e assim parece que não fica tão mal ler, e eu dou por mim rodeada de mulheres fúteis, vazias que mais parecem galinhas a comentarem as sombras do tal Grey sem perceberem que não só estão a passar um atestado de burrice a si próprias, como estão a pisar na sua dignidade feminina.
E de repente parece que é giro bater em mulheres.
Não tenho pachorra nenhuma (desculpem novamente o tom) para uma sociedade que promove a toda a hora e a todos os minutos campanhas contra a violência doméstica e depois, não só vulgariza, como estimula a violência sexual.
Querem acabar com as terríveis estatísticas da violência doméstica em Portugal? Fica aqui o meu conselho: tenham cuidado com a engenheiria social da literatura da moda e sejam mulheres fortes, que se deem ao respeito.

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