segunda-feira, 12 de março de 2012

Venham eles!!!!!

Ser mulher, tal como a Dita disse e bem, é acordar mais cedo que toda a gente, preparar almoços, pequenos-almoços, deixar o marido no trabalho, deixar as crianças com a nossa mãe e depois levá-los a todos para casa dos avós, a seguir ir ao banco tratar do seguro de saúde, ir ao outro banco pôr as contas em dia, passar pelo supermercado para comprar as fraldas que entretanto já tinham acabado, e na saída do supermercado, porque as horas de sono escasseiam e uma cabeça não dá para tudo, bater violentamente com o carro contra o pilar de 2 metros do parque de estacionamento (a sério que não estava lá, apareceu do nada), amolgar, riscar e destruir parcialmente a porta de trás, aguardar que o anjo da guarda que vem sempre nestas ocasiões chegue (e chegou, e ajudou, e até tinha um spray só para aquilo, como se estivesse ali um senhor aquele tempo todo à espera que aparecesse um carro digno de spray), parar para pensar, chorar e temer o pior do marido, mas cheia de coragem, liga a dizer o que aconteceu, assumindo todas as culpas. E depois, de volta à solidão, descobrir que a tomadora do seguro é afinal a sogra e portanto, zás!, vai-se para casa a correr, trinca-se o que se pode para enganar a fome e siga para uma Midas tratar disto para evitar maçadas e encontros desnecessários que se querem evitar ao máximo. Mas não, afinal não é na Midas, é na própria Citroen, que é...em Olival de Basto. E sim, ser mulher é ter cojones para ir a Olival de Basto ainda que não saiba nem para que lado fica o Norte, nem onde pára o Sol. E chegar ao sítio sã e salva, arranjar um orçamento catita, ser tranquilizada pelos senhores super amorosos, perceber que não há €500 para gastar e portanto o carro vai continuar assim mesmo, e seguir para as aulas, porque dali a duas horas inicia-se o turno da tarde: buscar o marido, as crianças...(e há ainda que conversar sobre o seguro do carro).

No fim do dia, resta-nos esperar que as nossas amigas, único consolo desta jornada, não se zanguem connosco por este desabafo, neste espaço feminino onde sabemos que somos compreendidas, ajudadas, e apoiadas. Rezando e desejando que o marido, que até agora nunca se lembrou de vir cá ver isto, não decida fazê-lo enquanto este post não estiver esquecido e enterrado sob dezenas de publicações bem mais interessantes e coloridas.

4 comentários:

alexandrachumbo disse...

FORÇA CAT! ESTAMOS CONTIGO!

Anónimo disse...

Oh Cate que filme! Acontece a todos (sim, também aos homens) e ainda bem que estás bem e não te magoaste! O resto são as contrariedades da vida :) By the way, incrível a mensagem que me mandaste no outro dia. Temos de facto muito trabalho pela frente. E tu és uma grande corajosa. Qualquer dia tens que escrever sobre isso (para não deixar as leitoras em pulgas com este meu comentário bastante pouco elucidativo!). Muitos muitos beijos!

Margarida disse...

cate, obrigada por partilhares aqui as tuas aventuras de mãe, mulher "esposa", nora, estudante e dona de casa! quero saber de ti! espero que esteja tudo bem!!

grande beijinho

Catarina Nicolau Campos disse...

MEGA OBRIGADA, princesas!! Como é bom saber que conto convosco!!